sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

E quem olhar vai perceber. ♪


Eu me sentia bem, renovada. Até quando ele resolvia aparecer de novo e trazer à tona tudo, tudo o que eu havia lutado para guardar bem lá no fundo, no fundo do coração. E eu achava que nunca mais faria diferença, que o sorriso dele não mais me comoveria. E o fato dele dizer repentinamente ‘ somos apenas amigos ‘, me soava como um desafio. De tentar provar o contrário algo que nunca esteve ao meu alcance. Tudo bem, entendo – era o que eu costumava dizer quando entrávamos nesse profundo assunto, ao qual, apenas eu era a interessada.Mas não estava tudo bem, claro que não. E o meu sorriso não era sincero, e quem olhava percebia, estava estampado na cara. E eu não fazia a menor questão de esconder. Era um sentimento puro, sempre foi. E nunca foi segredo pra ele, nem pra ninguém.

Marcele Gorito.

[ ... ]

Na verdade - disse suspirando- Eu aprendi a viver sem você e tive que me virar sozinho,  aprendi da minha maneira, com escolhas que nem sempre eram totalmente certas, mas também não achei que fosse errado. Foi difícil, fiz amizade com uma dor que machucava meu peito,  me fazia chorar e pedir aos céus que você voltasse, se é que um dia veio. Tive tempestades e aprendi a lidar com todas elas, exagerei na bebida quando a tristeza parecia não ter fim, mas não me arrependo. Não me arrependo de nada que fiz pra tentar te esquecer, para que você saísse de dentro do meu peito. Não digo que passou, mas digo que não preciso de você. Não mais. Não agora. Aprendi a ser feliz sem você e um dia essa falta vira lembrança, lembrança de uma coisa que eu quis e não deu certo, porque dias melhores viriam.

E sem saber o que dizer foi embora pois ele havia dito tudo que queria a ela. E ela ficou ali, só saudade, só solidão.




Sâmela Anunciação.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Disfarce ..

Tem dias que fica tudo bem, a gente acha que é feliz e não precisa de ninguém, de um outro alguém que nos complete. Ai vem a chuva, o cinza e o silêncio. Nos sentimos pequenos e dependentes do nosso alguém que na verdade não é nosso.A tristeza aperta o peito gentilmente e as lágrimas começam a saltar dos olhos. Então nos enganamos mentindo baixinho que vai passar, e a gente lá no fundo sabe que é mentira.


Sâmela Anunciação.

Faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço. ;*


E só você não vê o quanto isso te faz sofrer. A sua solidão é a sua sincronia, se é que chamamos assim. Quebre a regra, a motivação está aí pra isso ; Estou do seu lado, sério mesmo. Mas também estou do meu. Oh, dureza fazer dois papéis ao mesmo tempo não é mesmo ? Mas dureza mesmo é passar pela vida sem sofrer, sem pesar e sem aprendizagem. Não é fácil sair desse ciclo vicioso, claro que não. Ninguém disse que seria fácil. É muito mais fácil quando fazem isso por nós, concorda ? - Até quando ? Até quando vai esperar por alguém ? E se esse alguém nunca chegar ?
Não digo nada por experiência, porque sinceramente não sou alguém experiente, mas você é ? Tão errante, tropeço nos meus próprios erros e os transformo em bolas de neve. Não é nada fácil desfazer essa bola. Tão mais complicado seguir em frente. Não digo que eu esteja seguindo, esquecendo e deixando pra trás. NÃO. Não consegui fazer isso ainda. Sou tão errante, tão errada, que nem consigo seguir meus próprios conselhos, estão vendo ? - Vida vai seguir e meu sol irá brilhar, isso eu tenho certeza.

Marcele Gorito.

Milonga

Quando você não esperar vai doer e eu sei como vai doer e vai passar, como passou por mim e fazer com que se sinta assim, como eu sinto, como eu vejo, como eu vivo, como eu não canso de tentar, eu sei que vai ouvir, eu sei que vai lembrar, vai rezar pra esquecer, vai pedir pra esquecer, mas eu não vou deixar, eu não vou deixar!! ♪♫
Fresno

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

As vezes no silêncio da noite ♪


E quando todos vão embora, eu fico aqui, no silêncio do meu quarto. Sentindo saudades, tendo lembranças, dando risadas de momentos acabados. Lágrimas rolam horas a fio, as músicas de fundo se misturam em vários ritmos. E a sensação de perda daquilo que eu nunca tive, é mesmo real. É dor, é a tal da incapacidade. Mas, eu fui capaz. Só não fui destinada à isso. E aprimavera ainda está por vir, daqui há alguns meses quem sabe. No meio de tanta tempestade, o sol ainda consegue brilhar. E o meu sol, tá tentando sair do meio dessa neblina.

Marcele Gorito.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


O mundo inteiro está contra nós, mas acredito no difícil,
dou esperanças ao impossível. O tempo todo estamos em pleno julgamento,
e ninguém quer nos entender, eles veem nossos erros e esquecem o que
juntos temos de bom. Não acreditam no meu amor, que provém da nossa amizade.
Eu não queria, não queria, perdoe-me. Mas o tempo ao invés de levar embora, fez com que se intensificasse. Não há reciprocidade, realmente. Mas tampouco me importo
com isso, só é bom ter o que sentir, é melhor do que ser tão vazia de tudo. Há os que
me chamam de louca, louca devo mesmo ser. Mas não digo que seja loucura,
digo que seja amor, do verbo amar, do sujeito eu, do complemento você.


Marcele Gorito.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sim, foi você.



Foi você. Que pôs esse sorriso lindo em meu rosto. Que me entrelaçou em seus braços, em um abraço aconchegante e demorado. Foi você. Que me fez acreditar que tudo passaria, que me fez acreditar que tenho com quem contar. Foi você. Que me encarou de forma inusitada, que me fez rir de suas piadas enquanto me aquecia no calor de seus braços. Foi você. Que alisou meu rosto enquanto dialogava e ao mesmo tempo me analisava. Foi você. Que chegou bem perto, e em tom de sussuro disse tudo o que eu precisava ouvir. Que me beijou, num beijo simples e adocicado, como se fosse a melhor coisa que estivesse fazendo. Foi você. Foi você. E ninguém mais. Ninguém mais.

Marcele Gorito.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ela, sem ela.


Mas era uma noite tão fria e ela estava ali, em pé esperando não sei o quê. Esperando não sei quem. Ela era tão vazia dela mesma, era tão ausente do seu próprio eu. E culpava os demais por isso. Nunca fora completa se estivesse só. E de certa forma não a culpo. Não há como ser completa consigo mesma sem um outro alguém. Ela, tão carente de si, tão carente da vida. Olhava a sua volta e via o mundo girando, e olhava para seus pés. O mundo girava, ela nem ao menos caminhava. Desconfortante, nada entusiasmante, perspectiva quase nula e os sentimentos tão confusos quanto ela.

Marcele Gorito.



Uma forma de amor, uma forma de poesia.

Cabelo desajeitado, postura imperfeita, infantilidade aflorada, mas aquele lado adulto tanto quanto. Tantos mil adjetivos ele poderia se referir à ela, mas ele não julgava necessário. Queria evitar a fadiga. A beleza exótica dela, dizia tudo e fazia o total diferencial. Não importava o que poderiam dizer, ele a amava da mesma forma. Do mesmo jeito lindo, meigo, sincero. Daquele jeito dele. Daquele jeito poético, que de cada poesia se extraía uma nova canção.

Marcele Gorito.


Em algum momento deste mesmo dia algo em mim se revelaria. Não sei se meu amor ou se minha fraqueza.

Marcele Gorito.

Eu não era necessitada de você, não, não.

Esse sentimento nasceu, ressurgiu. Não foi de meu querer sofrer por  ti novamente. Só não sai de mim depois de uma ducha com esponja vegetal, não é tão simples assim. Teus olhos tem algo compatível com os meus, eles não param de se esbarrar. Você, com esse seu jeito babaca, com esse seu jeito idiota, se tornou minha vida de ontem pra hoje. Ontem eu era feliz por não ser tão necessitada de alguém. E hoje sou tão melancólica nas suas incertezas. Esperando o que quero ouvir. Você literalmente conseguiu. Conseguiu de verdade. Parabéns. Acabou com a minha vida.

                                                                                    Marcele Gorito.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Jamais quis pisar em um coração ferido. Poderia imaginar que fosse o meu naquele mesmo lugar. Jamais pretendi me fazer superior diminuindo o próximo. Pelo contrário. Sempre quis ter forças o suficiente para levantá-lo. Mas [...] Olhar pro lado é fácil. Olhar pra dentro é que é difícil. Tenho o direito de não estar satisfeita. Como tenho obrigação de ouvir coisas indesejadas. É fácil ter pena de si próprio, esconde seu erro e exacerba o meu. Se fazer de coitado é fácil, quero ver levantar a cabeça e fazer o diferencial. Quero ver aceitar os fatos e diminuir os atos. Ah, eu quero ver ...


Marcele Gorito.




O que me deixa assim longinqua, é saber que alguma hora acaba. E quando acabar me sentirei vazia novamente. Como antes. Os risos, os abraços e os consolos de uma noite não serão os mesmos da manhã seguinte. Isso aperta o peito. Dá saudade. Dá lembrança. E isso é chamado de " momentos ". 

Marcele Gorito.







sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Era só um sonho, mas eu queria que fosse muito mais do que isso. Queria a plena realidade. Queria de verdade, e a verdade há de estar aqui na minha cara, bem na minha frente. Espero por ela desde ontem, desde o mês passado. Acho que se perdeu no meio do caminho perante tantos obstáculos, perante tanta hipocrisia essa mentira que se tornou a verdade de tantos humanos. Humanos que não se comportam como tal. O sonho se tornou pesadelo, a mentira se tornou a verdade absoluta. Mas a verdade mesmo, essa nunca compareceu.


Marcele Gorito.

Adeus sentimento.




Acordei nessa manhã ensolarada, notei que havia algo diferente em mim e não mais que de repente me senti vazia. Algo me faltava. Faltava aquele aperto no peito. A saudade. A espera. E a desilusão. Por um instante me senti mal por na verdade não sentir nada, por não querer nada. Era doloroso, mas ao mesmo tempo reconfortante. É tão estranho ser passiva da felicidade, quando se está acostumada com a triste solidão.
 
Marcele Gorito.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


Difícil é depositar toda a sua confiança e coragem em uma criança, mesmo quando você não as tem. Difícil é dizer para uma criança que não precisa ter medo, que você irá protegê-la, mesmo quando você não sabe como fazer isso. Difícil é olhar e ver que o tempo passa, e um dia ela estará em seu lugar, pensando o mesmo que você, tentando decifrar tudo quanto foi coisa que você não conseguiu desvendar.


Marcele Gorito.

Casa nebulosa, atormentadora.


 E eu queria estar em qualquer lugar que não fosse aqui. Bem distante daqui. Há sete mil léguas daqui talvez, ou muito mais que isso. Queria poder não ouvir tudo o que consigo ouvir; Até mesmo desconhecer as pessoas que aqui se concentram. Seria tão tranquilo quanto o mar em calmaria. Aqui é tudo tão nebuloso, tão .. Tão perturbador, e eu só queria... Fugir disso o mais rápido possível, o mais rápido que eu pudesse ser. Ir embora, sem ao menos olhar pra tras, e ignorar tudo o que um dia me fez bem, mas que hoje só conseguia me atormentar e me encabular de horror. Vida que segue, vida que vai seguir. E a minha está no meio termo, está entre o tudo e o nada.

Marcele Gorito.




" .. Eu fui tão feliz. Em todos aqueles momentos de sol no rosto e sorriso aberto com olhos fechados, até no  mais profundo silêncio de minha alma que me fez refém de mim, eu fui feliz.. As doces recordações daquele outono que vivemos juntos nunca deixaram de existir e por isso posso dizer que sou feliz e que tudo valeu a pena. Tive o mar para me fazer música e você pra me fazer feliz. A gente realmente sente falta de tudo que foi verdadeiro e que ficou eternizado, das manhas de bagunça na cozinha e de risada no sofá .. ah , eu ainda posso ouvir tua risada e ainda te tenho no coração.
De todos os momentos dificeis da vida, a gente tira uma lição. E de todos os momentos felizes a gente faz uma poesia. "

Sâmela Almeida