domingo, 22 de julho de 2012


"Certo dia ao acordar percebi que estava só, afogada nas minhas tristezas e nas minhas incertezas, acordei, olhei pra todos os lados e deixei  que o silêncio da casa falasse comigo. Estava sozinha, isolada e sem força alguma para seguir em frente. Em forma de fotografia todos aqueles momentos do passado começaram a perturbar-me e uma lágrima quente eu deixei rolar na minha face. Sabia bem que era a escolha que eu havia feito, há tempos atrás achava essa escolha mais cômoda e acostumei-me, mas havia esquecido também que depois de certo tempo a saudade gosta de bater na nossa porta e a partir daí você começa a sentir falta de coisas bobas do dia a dia. E assim continuava a viver, ouvindo a minha própria voz gritando dentro de mim e minhas forças indo embora dia após dia.
E eu continuava ali; não via porque continuar, não havia motivos que fizessem que eu mudasse a atitude. Tudo parecia cinza, eu achei que estava ficando louca com essa história de solidão, já que a saudade me machucava todos os dias e eu não encontrava coragem para tentar mudar isso. Eu sabia que tinha um não e lá no fundo sabia também que poderia ser sim ou talvez, quem pode saber não é?! Mas eu não queria me arriscar, se doeu uma vez certamente doeria de novo e eu não queria me afundar mais.
Olhei para o lado e vi que a garrafa de vodka que havia comprado na semana anterior havia acabado e minha cabeça doía, doía forte; outra ressaca ao som de Caetano. O máximo que pude fazer por mim foi tomar um banho e sentar na varanda do sobrado. Olhei o tempo. Senti o vento. Chorei de saudade. Bebi meu café amargo e continuei com o passado em forma de fotografia, já que o amor dele eu nunca mais teria"

Marcele Gorito & Sâmela Anunciação

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