sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pode não parecer, mas eu sei.


Nos esbarramos pelos cantos da cidade, nos olhamos, ameçamos a chegar perto um do outro, mas não chegamos, permanecemos com a distância quilométrica, permanecemos com o muro entre nós. Faltam-nos palavras para um diálogo, faltam-nos atiude e atrevimento, mas na verdade não sabemos o porque disso tudo, não sabemos o que nos afastou. Se foi a falta de tempo, a falta de vontade, sei lá o quê.
Você anda perguntando sobre mim, eu sei. O moço da padaria contou-me, contou-me que você costuma comprar pão cinco minutos depois de mim, a senhora que vende jornal na esquina me pergunta o que nos aconteceu e é uma pergunta sem resposta e tudo o que consigo dizer é “são coisas da vida...”, mas eu mesma gostaria de nos entender. 
Meus amigos ainda me perguntam sobre você, e eu digo que você está feliz seguindo a sua vida com o seu novo amor, se é que tem um novo amor. E eu sei que você procura saber de mim, eu sei que ainda lê meus escritos, minha página na internet ainda é a sua página principal e também sei que as vezes você se pega olhando pra minha foto e permite que uma lágrima escorra pela sua face.
Sei tanto por te conhecer, assim como sei que você também sabe que nesse momento estou aqui, escrevendo mais um texto cujo assunto é você, você sabe e está a espreita para ler mais um dos meus, dái você lerá cinco vezes  e depois abrirá um sorriso de meia boca como de costume e pensará “Ah, minha escritora”. Eu sei e você sabe, e sempre será assim, juntos ou separados, mesmo que você ande na calçada oposta a minha, mesmo que esqueçamos os nomes uns dos outros, eu ainda saberei que você estará tomando aquele delicioso vinho pensando em mim, no que devo estar fazendo, no meu próximo texto.
E quando eu conseguir publicar meu livro, eu sei, você estará na fila de autógrafos, mesmo que de cabeça baixa e mesmo que minta o nome, você estará lá. Por mim, por você, eu sei.


Marcele Gorito.

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