Meia noite, você aí no outro canto da cidade talvez com um
livro na mão ou passeando pelas ruas de seu bairro. Estranho seria ligar e
perguntar se nos veremos novamente, quando na verdade o que queremos é
distância um do outro. Não por não gostar, não por simplesmente não querer. É
só medo.
Medo de esbarrar os olhares, medo de não ser como
antigamente. Nós temos medo até mesmo de usar as palavras, de dizer um simples “oi”.
E esse medo vem da insegurança, da vontade contraditória de nos tocarmos, e é
justamente por isso que nos evitamos mesmo com a vontade incondicional de
estarmos na presença um do outro, de sentirmos a respiração um do outro.
Perguntam por aí o porquê do nosso fim, mas jamais alguém
entenderia, por mais que explicássemos. A gente se ama, a gente só não se gosta
mais. A gente se quer, a gente só não sabe viver junto.
Marcele Gorito.
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