E ainda que me privassem de escrever para ti eu não
conseguiria guardar as palavras apenas dentro de mim. Ainda que quisessem me
afastar de ti, eu não deixaria. Ninguém pode conter as minhas palavras,
ninguém pode sequer dizer que são para ti, a não ser que assine seu nome, coisa
que você sabe bem que não faria. Escrevo-te sim, escrevo-te uma carta, uma
frase, um poema. Escrevo-te nas entrelinhas, escrevo-te nos ditados não ditos,
e nada preciso dizer. Você no fundo sabe que é sobre você e para você que
escrevo. Talvez não hoje, mas talvez amanhã, pela manhã, quando o sol bater na
minha janela me fazendo lembrar, me fazendo sentir e só assim me inspirar.
Marcele Gorito
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