Ela encantara-se com um sorriso, mas não levou fé no coração. Ele tentava, ela negava. Carlos estava apaixonado, tinha certeza do quanto queria Samantha, seu coração pulsava forte ao pensar nela. Escrevia coisas para agradá-la, corria atrás e ao estar com Jonas, amigo em comum dos dois, só sabia citar o nome dela ao mesmo tempo em que captava os menores detalhes que poderia saber de sua vida. Por outro lado, Samantha estava apaixonando-se mas recusava-se acreditar, julgava-se incapaz de viver um grande amor. Não sabia como havia começado essa história toda, só sabia que estava se apegando e ao contrário do início da história, do final ela já sabia o enredo. Ele entregava-se como nunca, ela encondia-se na timidez, dizendo não para os desejos do coração enquanto Carlos fantasiava a história

de amor mais bela já existente. Samantha conseguiu convencer-se de que não seria mais possível fingir, pois já estava estampado na cara a felicidade que sentia ao estar junto de Carlos. Eles se completavam... Mas não se sabe se Carlos havia cansado da espera por ela, ou se tudo não havia passado de um ledo engano. A luz que os interligava havia se apagado. Confusões, pessoas e situações haviam destruído algo que não teve começo, algo que se tornou incerto, algo que não começou e que não teve fim. Samantha resolvera entregar-se quando Carlos estava partindo, partindo da mesma forma que havia chegado: de repente, sem mais nem menos. Ele partira sem explicações, sem dizer as palavras que estavam entaladas em sua garganta, deixando Samantha em extrema curiosidade, que nunca soube o que ele diria, que nunca soube o que ele de verdade sentia. Ele partiu e com isso deixou um coração ferido, um coração inocente e sem experiência quando se trata de amor. Deixou para trás mesmo dizendo que se importava e que tinha sentimentos por ela. Deixou para trás um coração que ainda espera por ele, um coração que ainda o procura por entre a multidão. Samantha nunca mais acreditou no amor, pois ela havia perdido quem havia dado sentido a essa pequena palavra. Hoje, ela encanta-se com um português a distância, mas não é amor. Não, não é! É carinho, é carência.
Ela chora, escreve lamentos e pede a Deus todos os dias para aliviar a dor que carrega no peito, pede a Deus para curar a ferida do coração para que um dia volte a amar e que encontre alguém que a tire da realidade, mas que não seja uma mentira. E assim como Samantha, muita gente se envolve numa história ilusória, cai no truque do amor, se apega e perde antes de ter, e daí vem o sofrer...
Marcele Gorito
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