terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sorrir chorando.



Em casa, nada esperava, muito menos alguém. Ficava naquela velha rotina desanimada de escrever um novo texto e ler um novo livro além da constante dor de um amor não correspondido. As minhas lágrimas não mais caíam pois não havia mais lágrimas para cair e o meu sorriso já era acostumado a ser daquele jeito forçado. O sol brilhava lá fora mas a persiana não permitia que meu quarto fosse iluminado e eu já não fazia questão de abrir a janela enquanto ouvia músicas que faziam apertar meu coração. Meus olhos pestanejavam e bem no fundo conseguia-se ver a tristeza em meu olhar, um olhar que traduzia nostalgia, um misto de saudade e solidão. Há quem diga que espero demais da vida, mas não. Não espero nada da vida mas sim das pessoas. Espero um abraço acolhedor, um beijo na testa, uma palavra amiga e um "boa noite" ao fim do dia. Termino meu dia de maneira oposta. Acordo sorrindo e durmo chorando, um choro por nada, um choro vazio composto apenas pela música que me toca.


Marcele Gorito

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